segunda-feira, 19 de setembro de 2011

4.2 - PADRONIZAÇÃO

4.2 - PADRONIZAÇÃO (Instruções Padronizadas)

Depois de algum tempo sem postar, estou de volta, onde neste curto período de tempo pude amadurecer um pouco mais meus conceitos, conceitos dos quais quero compartilhar e abrir para discussão com vocês.

Justamente neste período o tema Padronização sem dúvida alguma veio sempre à cabeça, principalmente quando falamos de Padronização do Trabalho ou Trabalho Padronizado. Sem dúvida alguma é no meu ponto de vista o pilar mais importante do QSB, pois através desta ferramenta podemos estabelecer a manutenção para os demais pilares.

Padronizar: dar (a uma série de objetos, processos, formalidades, etc.) uma feição comum, típica, segundo um modelo escolhido.

Mas como gerar a padronização de trabalho sem que o mesmo se torne um modelo burro e perca a flexibilidade da prática do dia-a-dia dos gestores da área produtiva ?. Acredito que manter este toque pessoal de experiência é muito importante e válido para formação de novos colaboradores, manutenção da qualidade e principalmente um forte incentivo ao Kaizen diário.

A utilização de Instruções Padronizadas são pontos chave para implementar tal método, pois são elas que irão documentar a conformidade da operação, sempre estando à mão do operador no momento de dúvida, devem ser ricas em informações úteis (informações confirmadas no posto), utilizando-se sempre de recursos visuais quando possível. O melhor teste para a Instrução Padronizada é solicitar que um membro da equipe que desconheça a atividade realize a mesma somente com o uso da instrução, verificando as dúvidas e realizando as complementações necessárias para validá-la.

Estas Instruções devem conter toda a experiência da liderança e dos colaboradores da área de maneira simplificada, então quem vai realizar este trabalho deve ter a capacidade de ouvir, entender e traduzir as informações obtidas. Retornando ao ponto crucial que é a manutenção do conhecimento obtido no dia-a-dia, a retroalimentação se faz necessária, incorporando informações de qualidade, lições aprendidas e tudo aquilo que for desenvolvido no posto durante o tempo de existência do mesmo, pois a instrução será a BASE do Treinamento Padronizado, contendo assim as informações citadas no post anterior, O quê, Como e Por quê Fazer sempre atualizadas.

E neste ponto de retroalimentação vemos as maiores dificuldades nas empresas, pois a qualidade do treinamento é pouco vista nos indicadores e seus impactos dificilmente são medidos, assim como é de praxe dizer em análise de Causa-Raiz que causas operacionais não são bem vistas por clientes, auditores, etc ... (faz muito sentido, do ponto de vista de se observar que se a mão-de-obra não possui treinamento adequado temos um grande sintoma de problema sistêmico, ou a operação dependendo totalmente do operador indica que a mesma não foi bem elaborada ou não obteve a atenção necessária, salvo excessões), reduzindo assim o investimento neste tipo de documentação que muitas vezes, quando bem feita substitui muito bem diversos documentos, como por exemplo o Plano de Controle, que na maioria dos lugares não é didático suficiente para o uso operacional.

Para esta retroalimentação ser constante e bem feita o QSB se cerca através da Auditoria Escalonada (onde acho muito legal a postura de gestores que se sentam durante auditoria escalonada no posto, realizando a operação e verificando a facilidade do uso das instruções), e também pelo escalonamento de atividades realizado no Quadro de Resposta Rápida (garantindo que os problemas de qualidade sejam transmitidos às Instruções). Assim como se tornar um compromisso de todos sua atualização.

Segue abaixo modelo de IT que confeccionei no passado para substituir as informações de Plano de Controle como citei:



Mas vale salientar que a Instrução de Trabalho não deve ser utilizada somente para confirmação da qualidade, e sim para garantir todo o processo produtivo. Segue abaixo outro modelo do qual participei da elaboração (esta em atendimento ao QSB).


Esta Instrução em específico é observado o procedimento de purga de início de processo em máquinas injetoras, prevenindo a injeção utilizando material degradado, gerando assim peças com problemas estruturais e visuais. Para esta instrução foi observado além do passo-a-passo do procedimento utilizando os comandos do painel da máquina, as questões de segurança, parâmetros de máquina evitando quebras e desgaste excessivo do equipamento, os EPI´s necessários, assim como o Por quê de se realizar esta operação. 


O conjunto destas instruções formam um book na qual o operador pode consultar sempre que tiver dúvidas sobre os procedimentos operacionais deste equipamento, assim como facilita ao líder da área padronizar seu treinamento, uma vez que a informação sempre será transmitida da mesma forma, ou o mais perto disso possível.

Utilizando-se destas ferramentas (Instrução Padronizada, Treinamento para Treinamento, uma boa utilização das reuniões diárias de 5 minutos, Auditoria Escalonada e o Quadro de Resposta Rápida), podemos executar um treinamento de qualidade à todos os níveis da organização, desde que todas as áreas interajam (Qualidade, Engenharia de Produto, Engenharia de Processos e Produção), garantindo assim uma ampla difusão do conhecimento.

Existe muito mais a ser observado e postado sobre este tema, mas no básico das exigências para atendimento da excelência em operação padronizada, podemos dizer que seguir estas dicas garantem resultados satisfatórios.

Até o próximo Post onde estarei abordando sobre TREINAMENTO PADRONIZADO, que naturalmente está ligado com o tema abordado.



















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